Home Conteúdos A arte da copy que converte: entrevista com Édipo Tolentino Publicado em 28 de março de 2025 No marketing de afiliados, copywriting não é só texto – é o gatilho que transforma curiosidade em clique e desejo em venda. É a voz que conquista a confiança do público e direciona cada palavra para o resultado. Mas o que diferencia uma copy que converte de um simples texto comercial? Para responder a essa e outras perguntas, conversamos com Édipo Tolentino, especialista em copywriting e estrategista de vendas, que compartilhou dicas sobre como tornar uma copy mais natural, envolvente e que converte. Quem é Édipo Tolentino? Nascido em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Édipo Tolentino trilhou um caminho de desafios até se tornar referência no mercado digital. Antes de construir seu império no marketing de afiliados, ele acumulou oito empregos diferentes em menos de dois anos e enfrentou diversas tentativas frustradas de empreender – incluindo negócios em assistência técnica, marketing de rede e microfranquias. Aos 23 anos, era visto por amigos e familiares como alguém que não conseguia se firmar profissionalmente. Mas a persistência falou mais alto. Com dedicação e estudo, ele descobriu no marketing digital uma oportunidade real de mudança. Hoje, gerencia um negócio multimilionário, já faturou mais de R$ 15 milhões, gerou mais de R$ 50 milhões em vendas online e impactou mais de 5 mil alunos e mentorados. Agora que você já conhece mais sobre o especialista, chegou a agora de aprender mais sobre as técnicas de copywriting, em entrevista exclusiva. Afiliados Magazine: O que diferencia uma copy persuasiva de um texto meramente comercial? Édipo Tolentino: Uma copy persuasiva chama atenção, gera interesse desperta desejo e conduz o prospecto para a ação específica sem que ele perceba que está sendo persuadido. Um texto comercial típico apenas lista características e benefícios, enquanto uma copy bem trabalhada fala diretamente com público alvo principal, entende suas dores, desejos ocultos e cria uma narrativa que faz com que ação deseja seja realizada. Afiliados Magazine: Quais os principais erros que fazem uma copy soar “forçada” ou excessivamente vendedora? Édipo Tolentino: Uma copy soa forçada quando tenta empurrar uma venda em vez de guiar o prospecto para a decisão. Um erro clássico é o uso exagerado de gatilhos, um tom imperativo que pressiona e uma linguagem engomadinha que não conversa com o público alvo. Além disso, muita gente tenta vender peixe para quem quer carne – falar com o público errado torna qualquer argumento inútil. Sem alinhamento entre mensagem e público alvo, é como tentar vender casaco de inverno no deserto: não importa o quão bom seja, ninguém vai querer. A diferença entre uma copy natural e uma forçada está na condução da mensagem certa para o público certo no momento certo . Se a mensagem não ressoa com quem lê, é só ruído. Mas quando a copy entende a dor real, conversa como um amigo que já passou pelo mesmo problema e guia o prospecto com naturalidade, ele sente que a compra foi escolha dele – e é assim que a conversão acontece sem parecer uma venda. Afiliados Magazine: Como gerar conexão emocional com o público sem parecer artificial? Édipo Tolentino: O segredo está em mostrar que você entende profundamente a realidade do público. Isso se traduz em: Usar a linguagem do público – Um vocabulário que o público alvo usaria, frases que ele pensa, gírias que ele fala. Expor um problema real de forma visceral – Descrever a dor de forma tão precisa que o leitor se veja na situação. Storytelling – Relatos que demonstram vulnerabilidade e identificação funcionam muito mais do que frases genéricas. Conexão emocional não se força. Ela acontece quando o leitor sente que você está lendo sua mente. Afiliados Magazine: Quais gatilhos mentais funcionam melhor para tornar uma copy mais natural e envolvente? Édipo Tolentino: Os gatilhos mais fortes quando aplicados com naturalidade são: 1. Reciprocidade – as pessoas sentem a necessidade de retribuir quando recebem algo de valor. Quando uma copy oferece informações úteis, insights valiosos ou uma boa experiência antes de apresentar uma oferta, a persuasão acontece de forma natural. 2. Prova social – o ser humano tende a seguir o que os outros estão fazendo, especialmente em momentos de incerteza. No entanto, a prova social precisa ser real e relevante para o público-alvo. 3. Autoridade: o público confiaa em especialistas e figuras de autoridade, mas uma copy que tenta impor essa autoridade de forma forçada gera desconfiança. 4. Afinidade – os seguidores persuadidas mais facilmente por aqueles com quem se identificam. Se a copy mostra que entende profundamente os problemas, valores e desejos do público, a mensagem se torna muito mais envolvente. 5. Compromisso e coerência – pessoas tendem a seguir um comportamento coerente com escolhas anteriores. Quando uma copy conduz o prospecto a pequenos “sim”, ele se torna mais propenso a seguir até a conversão. A copy ideal usa os gatilhos de forma fluida, sem parecer um check-list de persuasão. Afiliados Magazine: Como estruturar um texto para que ele guie o leitor até a conversão sem parecer uma venda direta? Édipo Tolentino: 1. Atenção – se a primeira frase não faz ele parar tudo e prestar atenção, ele fecha o texto sem pensar duas vezes. O segredo? Criar um choque de realidade com uma afirmação inesperada, um problema que ele nem sabia que tinha ou uma verdade incômoda. Exemplo: “A maioria das copies falha não porque são mal escritas, mas porque tentam vender cedo demais.” Agora ele pensa: “Como assim?” e segue lendo. 2. Interesse – agora que ele está preso, deixe claro por que isso importa para ele. Ele precisa sentir que, se ignorar isso, vai continuar errando e perdendo dinheiro. Algo como: “Se sua copy parece boa, mas não converte, não é culpa do tráfego, nem do produto. O problema está no jeito que você conduz o prospecto até a oferta. E se errar aqui, ele pula fora antes mesmo de considerar comprar.” 3. Desejo – aqui você mostra como as copies que vendem de verdade fazem diferente. Mas sem entregar tudo de cara – você precisa fazer ele querer mais. Exemplo: “Copy que converte não empurra a oferta, ela faz o prospecto desejar a solução antes mesmo de perceber que existe uma oferta. Cada frase leva naturalmente à próxima, preparando ele para dizer SIM sem que você precise insistir”. Agora ele precisa saber como aplicar isso. 4. Ação – se você estruturou bem até aqui, a oferta não precisa ser forçada. Você simplesmente convida ele para continuar o que já começou. Exemplo: “Agora que você sabe o erro que trava a maioria das copies, a questão é: você vai continuar escrevendo como antes ou quer finalmente estruturar suas copies de um jeito que converta? Se quiser aprender como, aqui está o próximo passo.” Sem pressão, sem urgência forçada – apenas uma escolha óbvia. Afiliados Magazine: Você acredita que storytelling é essencial para uma copy persuasiva? Como usá-lo de forma eficaz? Édipo Tolentino: Sem dúvida, storytelling é uma das armas mais poderosas da copywriting, mas precisa ser usada com propósito. Para ser eficaz: A história precisa ter um conflito forte e real – Um problema que o leitor já vive ou teme viver. O protagonista deve ser identificável – O prospecto precisa se enxergar na situação. A resolução precisa conectar-se à oferta – O produto/serviço deve ser parte essencial da solução, mas de forma natural. O erro comum é contar histórias por contar. O storytelling precisa ser estrategicamente integrado ao processo de persuasão. Afiliados Magazine: Quais dicas você daria para afiliados que querem melhorar suas copies e vender mais sem pressionar o público? Édipo Tolentino: A maioria dos afiliados escreve como se estivesse tentando caçar o prospecto, quando na verdade deveriam atraí-lo. Copy que vende sem pressão não é aquela que grita “compre agora”, mas sim a que desperta desejo antes de apresentar a solução. Em vez de ser o vendedor desesperado na porta da loja, seja o dono do restaurante que faz o cheiro da comida tomar conta da rua – quando o prospecto sente fome, ele entra sozinho. Gere valor antes da oferta, resolva pequenas dores, provoque reflexão e, quando ele estiver pronto, a venda acontece quase naturalmente. Além disso, a copy precisa preparar o terreno antes de apresentar a oferta. Se o prospecto não entende a própria dor ou não sente urgência real, qualquer argumento de venda será inútil. Em vez de só repetir benefícios, faça ele perceber o que está perdendo ao não agir. Copy bem feita não pressiona, ela leva o prospecto a um ponto onde não agir parece uma ideia estúpida – e quando isso acontece, a conversão vira uma escolha óbvia Afiliados Magazine: Quais tendências você enxerga para o futuro da copywriting, especialmente no mercado de afiliação? Édipo Tolentino: O mercado de copywriting está evoluindo e algumas tendências são inevitáveis: Copy mais autêntica e humanizada – O público está saturado de mensagens óbvias de venda. Quem souber criar conexão real terá vantagem. Maior integração com a inteligência artificial – Ferramentas de IA vão ajudar e automatizar parte do processo, mas a copy original e estratégica sempre terá seu espaço. Foco na experiência do usuário – Copy que educa, diverte e engaja antes de vender será cada vez mais relevante. Marketing de comunidades e nichos específicos – Copywriting voltado para tribos e microgrupos será muito mais efetivo do que mensagens genéricas. Os afiliados e copywriters que entenderem o comportamento humano a fundo serão os grandes vencedores do futuro!