Gambling Brasil revela os segredos das casas de apostas

Evento acontece em paralelo ao maior congresso de marketing de afiliação da América Latina, o Afiliados Brasil, até sábado

Board Member da Cactus Gaming, Abelardo Dantas Álvares

Gambling Brasil revela os segredos das casas de apostas

Entretenimento ou a garantia de um novo estilo de vida? As apostas online, sejam esportivas, ou em cassinos, cada vez mais ganham adeptos em todo o mundo. Não é à toa que após 10 anos, o Afiliados Brasil ganhou um novo espaço: o Gambling Brasil, uma novidade dentro do maior evento de marketing de afiliação da América Latina. Ambos acontecem no Centro de Convenções Frei Caneca, no centro da capital paulista. E, apesar de terem uma década de diferença, a indústria de apostas tem a sua primeira aparição no congresso já adolescente, prestes a completar 18 anos, conforme destacou o próprio diretor comercial do encontro, Flávio Raimundo, reforçando a grandiosidade do mercado. E diante das suas peculiaridades, especialistas prometem revelar os segredos do sucesso em palestras que tiveram início nesta quinta-feira e seguem até sábado.

“O brasileiro é extremamente consumista e não conseguimos encontrar essas características em outros países. O Brasil é o segundo maior mercado de apostas do mundo, gerando grandes oportunidades. Além disso, temos o melhor sistema bancário, pois em nenhum outro país existe o Pix, a maior revolução para o setor de apostas nacional, pois o jogador pode depositar rápido e sacar rápido”, destacou o Board Member da Cactus Gaming, Abelardo Dantas Álvares, visto como um gênio recluso que não gosta de seres humanos, e tem problema em falar sobre ele mesmo na terceira pessoa em biografias.

Ex-chapeiro, programador, servente e garçom, ele começou adotando estratégias de marketing na hamburgueria onde trabalhava. Até que resolveu migrar para o segmento de jogos, sendo o cassino a sua menina dos olhos. Pela segunda vez no Afiliados, a primeira foi na estreia do evento, em 2011, Álvares apresentou a palestra “Melhores fontes de tráfego e principais pontos ao escolher um cassino para ser afiliado” e garantiu que cassinos podem ser trabalhados em qualquer fonte de tráfego, como Display, Pop, Social e Native Ads. Além disso, deixou claro o que um cassino precisa ter: Mínimo de depósito e cashout, signup simplificado e Sig2DEP. “É preciso que a tela de depósito venha logo após o checkout, pois se ele for para outra página, você vai fazer com que o cliente pense em outra coisa. É um ponto muito importante e que impacta diretamente na conversão”.

De acordo com Álvares, é muito fácil vender cassino, já que não existe uma preocupação em entregar algo de valor para o cliente. “É difícil manter a fidelidade com um produto físico, que na maioria das vezes não funciona. O cassino tem uma taxa de recorrência enorme. No segundo mês, temos 60% dos jogadores voltando. Aposta esportiva não é tão lucrativa quanto cassino”, afirmou. E o retorno garantido está relacionado à venda de um estilo de vida, ou seja, daquilo que o apostador poderá conseguir se for bem-sucedido nas apostas. Atualmente, o maior cliente da Cactus é a Bet7K, renomado site de apostas esportivas.

A visão do Board Member da Cactus Gaming é oposta a de Rodrigo Cambiaghi, diretor de vendas LATAM da Sportradar que ao falar sobre as boas práticas do mercado ressaltou a importância do papel do afiliado de trazer ao público a parte da emoção, ou seja, ele entende que a aposta esportiva deve ser vista como entretenimento e diversão. “O primeiro fator é diversão. Se o afiliado consegue trabalhar isso no jogador, ele ficará para sempre na plataforma e é fundamental preservar o jogador.

Na Europa, por exemplo, percebemos que a cultura do jogo está muito forte dentro da população e precisa também ser fomentada no Brasil”, mencionou Cambiaghi, que esteve ao lado do Growth Market da NSX, Erick Gaigher. Eles deram voz ao tema “Estratégias de Aquisição e Tráfego para campanhas de Apostas Esportivas”, logo após a abertura do encontro.

Cambiaghi alertou os participantes sobre os ganhos dos afiliados ao conseguirem equilibrar branding, comissão e produto. “O trabalho do afiliado é gerar o último clique. Qualquer diferencial que a marca tiver vale destacar na campanha. Isso melhora substancialmente a taxa de clique. Dentro das boas práticas também são diferenciais criar relacionamento com o jogador, educar e informar”. Quando se trata “do que não fazer”, o executivo apontou os incentivos indevidos para cadastro e depósito, e o uso de artes e embaixadores da marca em sites de conteúdo adulto ou de violência.

Já Gaigher deu algumas dicas para quem pretende começar neste mercado. “O modelo FTD (First Time Deposit) que é o dinheiro na frente, costuma ser um modelo interessante para quem está começando e não tem caixa, pois só de trazer o cadastro já está ganhando alguma coisa. O cassino também costuma ser uma boa porta de entrada”. E para os curiosos sobre quanto ganha um afiliado de casas de apostas, os valores podem começar em R$5 mil e chegar a R$ 100 mil por mês de remuneração, sempre subindo. A principal região no índice de cultura de apostas? A Sudeste, que ultrapassou a Nordeste e pode ser utilizada como estratégia de negócios. “Considerem regionalizar a comunicação de vocês, ajuda muito no trabalho”, ressaltou o Growth Market da NSX.


Estratégias e legalidade

O consultor de Contingência da Esportes da Sorte, Dairo Junior, deu uma aula sobre estratégias Antiblock de Tráfego para Casas de Aposta. Ele, basicamente, ensinou o público a como contornar o Facebook e fazer as contas durarem mais, lembrando que a Inteligência Artificial é a responsável por fechar o cerco. Então, o que pode parecer fácil, na verdade não é. No entanto, ao seguir a lista de Junior, o resultado pode ser positivo: 

1 – Seja o ‘diferentão’ – siga os fundamentos, mas faça as coisas do seu jeito;

2 – Dê preferência para perfis reais ou formados com mais de 1 anos de vida – porque qualquer sinal suspeito a Deep Entity Classification (Classificação Profunda da Entidade) entra em ação;

3 – O segredo para rodar liso está no aquecimento;

4 – Janela de aprovação – após aprovar a primeira campanha trabalhe na conta para aprovar mais campanhas gastando ou não orçamento. Isso vai elevar o score;

5 – Comece a olhar para os seus criativos – nada de copiar o criativo do coleguinha

6 – Sempre que for subir campanhas use o antigo chupa cabra, o subido, o camp mestre…o bom e velho darkpost;

7 – Tenha uma página de pouso segura bem feita;

8 – Na hora de registrar dados de página, use dados reais;

9 – Cuidado com a forma de pagamento das contas;

10 – Use ótimas ferramentas;

11 – Tem algo que IA alguma não consegue superar: a criatividade inteligente de nós seremos humanos.

Após estarem aptos a se manterem “vivos” nas redes sociais, os afiliados ou aspirantes a tal puderam tirar suas dúvidas sobre a regulamentação dos jogos no País. Afinal, é permitido? O mestre em Administração de Empresas e advogado, Witoldo Hendrich Júnior, falou sobre a demora desse processo. Segundo ele, os últimos anos foram marcados por muito falatório, mas poucos movimentos concretos.

Enquanto isso, para funcionar dentro da lei, o site que opera os jogos precisa ser cadastrado a partir de um país estrangeiro, cujos servidores e staffs estejam fora do Brasil. Se a empresa preenche esses requisitos, a Polícia Federal entende que a lei de contravenções penais não se aplica a você.

“Não vejo nada acontecer antes do segundo semestre do ano que vem. Na verdade, achei que estaria regulamentado em 2016, quando fui orador no Plenário da Câmara dos Deputados. Na ocasião, havia a promessa de que seria votado o PL 442. Mas, do nada entrou um monte de garçom, canapés, bebidas, a sessão foi suspensa e virou coquetel de inauguração de um negócio qualquer ali dentro. Estava convicto de que isso seria regulamentado em dezembro de 2016. Acho otimista se tivermos uma licença expedida em outubro de 2024”