Todos de olho no mercado LATAM

Juntos, Brasil e México concentram 60% de todo o e-commerce B2C da América Latina. Considerada um dos mercados com maior potencial de crescimento, a região é foco de plataformas de marketing de afiliados de todo mundo em busca de novos negócios

Planeta Terra

Todos de olho no mercado LATAM

Depois de marcar território em países da Europa, como a Espanha e a Holanda, a Hot-mart, plataforma brasileira de Ensino à Distância especializada em produtos digitais, passou a olhar com muito carinho para os vizinhos latino-americanos. A empresa inaugurou no fim de 2017 um escritório na Colômbia, e o mais novo passo da estratégia de internacionalização acontecerá nos próximos meses, quando dará o start nas operações no México, ampliando ainda mais suas atividades na América Latina.

Antes de abrir seu primeiro escritório fora do Brasil (em terras espanholas, em 2015), a empresa mineira consolidou seu modelo de negócio por aqui, mas sem perder de vista as vantagens do processo de internacionalização para as empresas que atuam no mercado online, sem fronteiras e menos vulneráveis, por exemplo, a crises econômicas em seu país de origem.

No Brasil, a maior parte das startups brasileiras estão na região no Sudeste. Segundo dados da Associação Brasileira de Startups – ABStartups, até julho do ano passado, o Estado de São Paulo concentrava 31% das cerca de 4,2 mil instituições. Minas Gerais, berço do Hotmart, e onde fica San Pedro Valley, região de Belo Horizonte que abriga também startups como RockContent e SambaTech, vem em segundo lugar, com 9% das empresas. Hoje, apenas 7% das pouco mais de quatro mil empresas cadastradas na ABStartups têm atuação global.

“Estamos nos preparando para entrar em outros países, permitindo que mais pessoas ao redor do mundo consigam viver fazendo algo que amam. Queremos reproduzir o crescimento acelerado que temos no Brasil em outros países”, afirma o CEO e cofundador da Hotmart, João Pedro Resende.

A startup, que contabiliza mais de 4 milhões de usuários e vendas em mais de 180 países, tem uma estratégia de negócio simples, unir as três pontas do processo de vendas: produtor, afiliado e comprador.

Cada produtor define uma margem de lucro para o material que disponibiliza na Hotmart, que pode variar, chegando a até 80% do valor do produto digital. São 80 mil cursos, distribuídos em 24 diferentes categorias. Em sua maioria, educacionais, produzidos em formato digital e distribuídos na internet. Cursos online e e-books são bons exemplos destes produtos digitais, mas existe uma infinidade de possibilidades. A receita da Hotmart vem da taxa cobrada por cada venda.

“Estamos nos preparando para entrar em outros países, permitindo que mais pessoas, ao redor do mundo, consigam viver fazendo algo que amam” João Pedro Resende, CEO e cofundador da Hotmart

Resende afirma que, com a popularização da internet e o desenvolvimento das tecnologias móveis, a modalidade é uma das que mais cresce no país. “O EAD (Ensino a Distância) tem um excelente custo benefício para os alunos e para quem procura abrir o seu próprio negócio.”

Em 2017, a Hotmart desenvolveu ferramentas e otimizações para aumentar as aprovações e conversões, consolidando a plataforma como a de maior percentual de vendas aprovadas. “Entendemos exatamente as características envolvidas na venda de um produto digital e, assim, ajustamos o sistema de forma inteligente para converter o máximo possível”, acrescenta.

Foco no Brasil e na América Latina

Precursora, a norte-americana Amazon foi a primeira empresa a criar um programa de afiliados no mundo, em 1996, quando lançou o Amazon Associates, utilizado por milhões de pessoas de diversos países. De lá pra cá, os programas de afiliação cresceram em quantidade e qualidade, caminhando junto com as evoluções tecnológicas, com os modelos de atribuição, cookies e todas as funcionalidades que hoje proporcionam maior e melhor controle do trabalho, com inúmeras possibilidades.

“Acreditamos que em alguns anos, graças a expansão de vendas na Internet, o marketing de afiliação irá ser mais conhecido e assim crescer o número de pessoas interessadas em participar” Maria Malinina, gerente da América Latina da AdCombo

Assim como a brasileira Hotmart avançou para a Europa e busca conquistar mais espaço no mercado LATAM, outras plataformas internacionais, que já atuam por aqui, também perseguem o mesmo objetivo da startup de Belo Horizonte. Caso da AdCombo, que vem ampliando sua penetração no país e no mercado latino-americano.

Atualmente, o Brasil é a maior economia da América Latina e o quinto país do mundo em termos de território e população. É também o quarto maior mercado de Internet mundial, com 140 milhões de internautas sobre uma população de mais de 207 milhões de habitantes. Números do Euromonitor Internacional mostram que o Brasil tem cerca de 42% de todo o e-commerce B2C da América Latina; o México tem 18%. A AdCombo está atenta a este cenário.

Rede CPA que oferece ofertas em “GEOs” de baixa concorrência, ou seja, com direcionamento de anúncios para clientes localizados ou interessados em determinadas áreas geográficas (com a possibilidade de delimitar a cobertura de campanhas em determinados países, estados ou regiões), a AdCombo dispõe também de um exclusivo esquema de conversão “Cash on Delivery”, que garante um ROI potencial mente alto em mais de 12 nichos.

Atualmente, a rede desenvolve uma estratégia para abrir novas GEOS na América Latina. “O investimento resultará em um crescimento significativo na área de marketing de afiliados”, afirma Maria Malinina, gerente da América Latina.

A AdCombo tem participação em muitos países, principalmente na Ásia, Europa e América Latina. Sua matriz está situada em Moscou, na Rússia, mas a empresa tem uma filial em Santiago, no Chile, responsável pelo mercado latino.

Um dos diferenciais da empresa é justamente o “Cash on Delivery” ou dinheiro na entrega do produto. O cliente preenche um formulário de dois campos com nome e telefone. Um call center local entra em contato com ele e quando o pedido é confirmado por telefone, o afiliado já recebe a comissão na conta. Assim diminui o risco de roubos de dados de cartão de crédito.

De acordo com Malinina, o Brasil é um mercado de um potencial gigantesco ainda a ser explorado, assim como outros países da América Latina. “Acre ditamos que em alguns anos, graças à expansão de vendas na Internet, o marketing de afiliação irá ser mais conhecido e assim crescer o número de pessoas interessadas em participar.”

América Latina tem as melhores conversões

No mercado brasileiro há cinco anos e há 15 atuando com marketing digital, Alejandro Salinas Cépeda criou há 11 meses a “Melhor Conversão”, responsável por desenvolver e vender produtos online, principalmente, no segmento de saúde.

A especialidade da empresa é gerar resultados com altas conversões para os parceiros e a melhora constante nas técnicas de venda. “Quanto mais pessoas tiverem acesso à internet, mais poderão comprar por meio dela. Consequentemente, aumenta a taxa de conversão. O grande segredo do sucesso para converter na internet é saber que por trás de um computador existe uma pessoa com necessidades, desejos e vontade.”

Logo nos seus três primeiros meses no Brasil, a “Melhor Conversão” conseguiu atingir o seu primeiro 1 milhão no mercado nacional. A agência de marketing digital também possui produtos traduzidos em espanhol e já vende em praticamente todos os países da América Latina.

O próximo passo de Cépeda, com foco no mercado LATAM, é alavancar projetos no Peru. “Eu acredito que os grandes mercados latinos são Colômbia e México. Argentina um pouco menos importante e os outros países ainda estão engatinhando. O que não quer dizer que não seja bom investir neles. Conheço pessoas que estão presentes nesses mercados com resultados expressivos”, conclui.