A REVOLUÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO MERCADO DIGITAL

Publicado em 23 de maio de 2023

A Inteligência Artificial (IA) é uma das tecnologias mais promissoras, polêmicas e disruptivas da atualidade, capaz de transformar diversos setores do mercado de trabalho e da sociedade em geral. o entanto, alguns segmentos podem ser mais impactados do que outros, dependendo do grau de automação, personalização e inovação que a tecnologia pode proporcionar. No caso do mercado digital, a IA pode e já vem sendo aplicada em diversas áreas, como marketing, e-commerce, educação, saúde, entretenimento, segurança, etc. De acordo com a equipe da Taboola, plataforma especializada em publicidade online e Native Ads, a IA será cada vez mais utilizada para tarefas rotineiras, como produção de criativos e cartas de vendas; automação de tarefas, como envio de e-mails marketing, criação de conteúdo e postagens em redes sociais; e atendimento ao cliente, com fluxos de e-mail e chatbots cada vez mais aprimorados.

Ainda conforme a Taboola, algoritmos de IA já são extensivamente utilizados, e com certeza veremos um grande aprimoramento em segmentos como: análise de dados de campanhas, possibilitando a identificação de padrões e insights valiosos para otimizações e tomadas de decisão mais informadas; personalização de conteúdo – com base no comportamento do usuário, será cada vez mais comum a personalização de anúncios e ofertas, gerando uma experiência mais atrativa e envolvente aos clientes; e automação, para a otimização de campanhas e anúncios em tempo real, como na automatização de lances e orçamentos de campanha, testes A/B de criativos e público, segmentações automáticas, etc.

Outra área que deve ser muito impactada é a de produção de imagens. Gustavo Sampaio Ceccato, CTO da 360Hub, plataforma que oferece um hub completo de ferramentas para empreendedores digitais, vê esse avanço com bons olhos. “A gente tinha antes, e até hoje, os bancos de imagens, de fotos, para poder ilustrar as nossas ideias, os nossos produtos, e agora temos uma Inteligência Artificial que constrói essas imagens. Esses bancos de imagens vão ter que começar a virar uma IA de produção de imagens. As pessoas que produzem esses materiais, os fotógrafos, designers, vão começar a ser impactados também, para poderem alimentar essas bibliotecas”, avalia.

Ivair Vieira Jr

“O principal desafio das empresas é saber dosar onde entra a Inteligência Artificial e onde entra o ser humano”

HOMEM X MÁQUINA

A IA pode trazer muitos benefícios para o mercado digital, mas também pode representar uma ameaça a alguns profissionais, que podem ser substituídos ou ter suas funções reduzidas pela máquina. Por isso, é importante que eles se preparem para as mudanças que a tecnologia pode causar em suas rotinas. Conforme a equipe da Taboola, os melhores profissionais precisarão
se adaptar às constantes mudanças tecnológicas, aprendendo a colaborar com essas inteligências e a utilizá-las em seu favor, para automatizações e tarefas corriqueiras.

Robô

Porém, ainda segundo a Taboola, esses profissionais continuam com um papel muito importante na economia digital, principalmente para desenvolver habilidades exclusivamente humanas, como a criatividade, pensamento crítico, empatia, habilidades de comunicação e resolução de problemas complexos. Essas habilidades são valiosas em áreas como gestão de equipes e atendimento ao cliente, onde o toque humano é fundamental.

Ceccato, da 360Hub, também avalia que o ser humano continuará sendo primordial no mercado digital. “A máquina depende de informações pré-existentes para trabalhar. A inovação parte do ser humano. Quem não vai conseguir competir com a máquina é aquela pessoa que não estuda, não se aperfeiçoa, não cria o próprio estilo para fazer as campanhas, seus textos, suas criações de publicidade”, enfatiza.

“As pessoas vão evoluindo, e as coisas têm que ir evoluindo no mercado. Falar que o humano não vai conseguir competir com a máquina, talvez só na velocidade de cálculos matemáticos. Tirando isso, principalmente na parte de marketing da internet, onde o humano é muito presente, a máquina nunca vai superar o ser humano”, complementa o CTO da 360Hub.

IMPLEMENTAÇÃO

Antes de decidir pela implementação de soluções de Inteligência Artificial, a empresa deve levar alguns fatores em consideração. Segundo a equipe da Taboola, é necessária uma
boa estrutura de dados, com dados de qualidade e confiáveis. Além disso, após a implementação, o monitoramento é essencial para garantir que os modelos estejam funcionando e atualizados. Sobre os colaboradores, a empresa pode enfrentar dificuldades de aceitação e falta de expertise, sendo necessário um investimento pensado em treinamentos e incentivos à adoção.

Gustavo Ceccato, por sua vez, alerta para a necessidade de equilíbrio. “Eu acho que o principal desafio das empresas é saber dosar onde entra a Inteligência Artificial e onde entra o ser humano”, afirma.

“No exemplo do atendimento digital e por robô, chegou num ponto em que as empresas estavam exagerando. Você não conseguia evoluir no que queria, porque o robô não conseguia identificar todos os problemas que existem, e depois você não conseguia conversar com ninguém. Isso só deixava a pessoa com mais raiva, e teve empresas que começaram a perder clientes por causa disso. Então, acho que esse é o principal desafio, qual é a dosagem, o ponto ideal entre a IA e o ser humano operando”, ressalta o CTO da 360Hub.

MUITA CALMA NESSA HORA!

Apesar de a IA ter tomado de assalto todos os noticiários, rodas de conversa e grupos de WhatsApp, Ceccato pondera que o mercado ainda precisa amadurecer, se adaptar à nova tecnologia, e que isso pode levar algum tempo.

“A gente ainda está engatinhando, começando agora, tem que ver até onde o mercado vai aceitar a entrada dessa IA. Um exemplo muito bom desse negócio de esperar a resposta do mercado foi quando foi criado o Google Glass. Fizeram um teste para o lançamento, e perceberam que não estava na hora de lançar esse produto ainda, o mercado não está maduro, não está preparado para isso”, lembra.

“As possibilidades são maiores do que a capacidade de absorção dessas novidades. A gente tem que esperar o amadurecimento do mercado, para que a IA possa ir mostrando para que veio. Não adianta a gente querer achar que em dois ou cinco anos a IA vai chegar em seu auge, porque não vai. Por mais que a máquina evolua muito rápido, as pessoas precisam ir se acostumando com as novidades”, conclui o CTO da 360Hub.