É o fim do mercado de iGaming?

Publicado em 16 de abril de 2025

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Desde o final de 2023, a regulamentação do iGaming tem sido um dos temas mais discutidos no setor. A mudança trará impactos positivos e negativos tanto para operadores quanto para afiliados.

Estar atualizado e buscar qualificação são passos fundamentais para o sucesso em um cenário regulado. Conversamos com Antonio Fonseca, CEO da Orange Games, sobre o fim do mercado desqualificado e a chegada de uma nova era no iGaming.

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Com experiência desde 2022 como afiliado de grandes bets e, posteriormente, como gestor de mais de 6 mil afiliados, Antonio destaca que o mercado amadureceu expressivamente em 2023. 2024 marcou um boom de novas casas e afiliados, mas também um processo de seleção natural que se intensificará em 2025.

Importância da qualificação

Em um comparativo entre 2023 e 2024, o mercado de apostas no Brasil cresceu 123%. A projeção para 2024 é de um crescimento de 80%, refletindo um ritmo mais controlado devido à regulamentação iminente.

Em 2023, o setor faturou R$ 13 bilhões, enquanto os brasileiros movimentaram mais de R$ 50 bilhões em sites de apostas, ainda sem regulamentação.

Outro dado relevante é que 3 em cada 10 apostadores brasileiros gastaram mais de R$ 100 por mês em sites de aposta, evidenciando a consolidação dessa cultura no país.

“Assim como vários países pelo mundo, o ticket médio no Brasil por apostador vem aumentando. Isso, para quem é operador ou para quem é afiliado, é extremamente expressivo, porque a gente começa a falar de escala, reforçando que o nível de consciência e que a cultura da aposta estão ficando está cada vez mais alto e mais intrínsecas entre os brasileiros”, mostra Antonio.

Hoje, o Brasil lidera o ranking mundial de acessos a sites de apostas. Em 2023, registrou mais de 4 bilhões de acessos, enquanto o segundo colocado, a Inglaterra, teve 1,8 bilhão — um mercado já 100% regulamentado.

Antonio revela que em seu networking os profissionais dizem que o mercado de apostas está saturado, mas ele garante que não, pois este setor ainda é embrionário nacionalmente e ainda não é regulamentado. 

Mesmo de forma ainda controversa, para o CEO da orange Games, a regulamentação federal será um dos fatores de crescimento para o mercado brasileiro mundialmente, mantendo o País como o principal player globalmente, considerando que em outros países, como os EUA que as legalizações são estaduais, criando uma vantagem competitiva exponencial para o Brasil.

Sendo assim, quem não investir no mercado de apostas no Brasil, está fadado ao fracasso. 

Mercado brasileiro no radar mundial

Grandes empresas e fundos de investimento já demonstram interesse em atuar no Brasil. Recentemente, um site brasileiro com cerca de um ano de existência foi vendido para empresas estrangeiras por R$ 290 bilhões, reafirmando o potencial do iGaming no país.

Atualmente, o setor tem dois perfis distintos: profissionais sérios, focados em valorização e estruturação empresarial, e aqueles que entram buscando apenas ganhos rápidos. No mercado regulamentado, essa dinâmica mudará.

Para se destacar, é essencial tratar uma casa de apostas como uma empresa tradicional, com planejamento, gestão eficiente e foco na experiência do usuário.

5 passos essenciais para o sucesso no iGaming

  1. Garantir pagamentos: Cumprir com os pagamentos aos jogadores é essencial para garantir recorrência e fidelização.
  2. Manter relacionamento com clientes: Usar ferramentas de CRM para engajar e reter apostadores.
  3. Ser um profissional sério: Trabalhar com estratégia, evitando especulação e focando na qualidade da captação de usuários.
  4. Ter um plano de negócios: Direcionar a estratégia da casa de apostas para um crescimento sustentável.
  5. Investir em branding: Criar uma marca sólida para atrair investidores e aumentar o valuation da operação.

O impacto da regulamentação e as projeções futuras

Com a regulamentação, o mercado se tornará mais competitivo, mas também mais profissionalizado. Empresas estrangeiras e fundos de investimento entrarão no setor, adquirindo operações e promovendo fusões.

As casas de apostas que sobreviverem precisarão operar com um modelo de negócio eficiente, focando em LTV e expansão da base de jogadores.

Aqueles que souberem encantar e reter apostadores consolidarão um equity valioso, garantindo longevidade e crescimento sustentável no setor.

“Eu falo sobre o fim do mercado desqualificado dentro do iGaming. Por isso, os profissionais e os afiliados precisam buscar, principalmente, uma estrutura sólida para construir suas operações, focar muito em jogos com grande LTV e criar relacionamento com os jogadores são os principais gatilhos para essa construção. O mercado está mudando, e de forma muito rápida. A regulamentação é algo extremamente positivo para o nosso mercado e, pós-regulamentação, muitos investimentos vão começar a acontecer no Brasil, que é uma grande oportunidade para os profissionais qualificados”, explica.