E se o X (Twitter) acabar no Brasil?

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E se o X (Twitter) acabar no Brasil?

O embate entre Elon Musk e o Ministro Alexandre de Moraes ganhou um novo capítulo: o ministro determinou que a plataforma X, o antigo Twitter, tem cinco dias para se explicar sobre os descumprimentos de bloqueios de contas na rede social. O prazo vence na próxima sexta, dia 26. Com 24 milhões de usuários brasileiros – o Brasil é o terceiro país com maior volume de perfis ativos -, o público se vê diante da possibilidade, ainda que remota, de a plataforma deixar de operar no país.Twitter

Para além do impacto nos hábitos das pessoas ativas na rede, essa possibilidade também preocupa as marcas, as quais teriam que se adaptar à ausência da plataforma que se tornou a principal referência para o marketing em tempo real.

Foi por meio do Twitter que os brasileiros adotaram o comportamento de segunda tela, conhecido como second screen, compartilhando suas sensações e emoções minuto a minuto enquanto assistem a programas de TV ou conteúdo de streaming. Isso engloba grandes eventos culturais, nos quais as marcas investem pesado em cobertura em tempo real, como Desfile das Escolas de Samba, Big Brother Brasil, Olimpíadas, Copa do Mundo, Rock in Rio, Coachella, entre outros.

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Para a especialista em mídias digitais e CEO da Pride Content, Patrícia Moura, “as implicações de um possível término da operação do Twitter no Brasil vão além de questões políticas ou legais, mas afetam diretamente as estratégias de comunicação e marketing das marcas que utilizam essa plataforma para se relacionar de forma mais autêntica com seus consumidores”, afirma a publicitária.

Se o X for desativado, as marcas sofrerão perdas significativas em diversas áreas:

  • Monitoramento (Social Listening): A ausência do X como canal de monitoramento dificultaria o acompanhamento das percepções do consumidor e as atividades da concorrência. Isso resultaria na perda de uma fonte valiosa de insights e dados em tempo real, já que as plataformas de monitoramento não têm acesso à API de outras redes sociais.
  • Dificuldade de identificar potenciais crises: sem o X, as marcas enfrentariam desafios maiores para monitorar menções e interações, sejam elas positivas ou negativas, sobre produtos, serviços ou até mesmo críticas de influenciadores que estejam reverberando rapidamente. O processo ficaria mais lento e menos eficiente.
  • Comunidades: marcas que investiram anos na construção de comunidades fortes no X precisarão encontrar novas maneiras de se conectar com seus públicos em outras plataformas.
  • Diversificação: a necessidade de diversificar os investimentos em marketing para outras plataformas pode aumentar os custos e exigir novas estratégias para alcançar diferentes tipos de públicos.
  • Conteúdo: a produção de conteúdo para outras plataformas, como vídeos curtos, pode exigir recursos adicionais e expertise específica.

Segundo Patricia, “embora existam outras redes sociais que oferecem recursos semelhantes ao Twitter, como Blue Sky, Koo, Mastodon e Threads do Instagram, nenhuma delas replica completamente a experiência e a base de usuários da plataforma original. A migração para outras plataformas pode ser desafiadora para as marcas e para seus públicos”, conclui a especialista.